- Desculpa, amiga. Não vai dar.
Ela ouve a mesma desculpa de sempre.
De novo. E de novo. Como se esse maldito círculo vicioso nunca acabasse. Ela se
pergunta onde errou, o que fez para não ser digna de estar no grupo.
Não existe "conte comigo sempre" se você não estiver adequado.
Será seu cabelo errado? Suas roupas?
Bom, ela já ouviu diversas vezes que fala demais e que ela precisa aprender a
ser mais reclusa. Mentir. Fingir ser quem ela não é. Por que dentre seus
pensamentos mais fortes, a não repreensão da felicidade está no topo deles.
Quão hipócrita é dizer “viva como se não houvesse amanhã” ou “não deixe ninguém
mudar quem você é” e com a mesma boca proferir “seu jeito não é certo” e “você deveria
tentar mudar”.
Ela acredita que as pessoas
constroem máscaras e fingem, posam, sorriem e acenam, quando na verdade queriam
fechar a cara e voltar pra casa. Ela não consegue fingir ser quem não é. Não
importa se é uma artista. A falsidade não é arte e a hipocrisia é uma doença.
Ela só queria que todos vissem.
Por que ela se fecha, é criticada.
Por que se abre, esmagada. Alguns parecem sentir prazer em fazê-la acreditar
que pode ser pra sempre – seja a amizade, o amor, a felicidade ou aquela barra
de chocolate deliciosa – e nunca dura.
Muitos a julgam e dizem que ela
deveria se adequar. Muitos fingem. Muitos a chamam de esnobe. Muitos não a compreendem, mas eu
faço.
Ela me disse tudo escondida em seu quarto pra ninguém ouvir.
Mas eu ouvi.
Eu vi.
Eu ouvi tudo.
Eu vi tudo.
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